(18) Instantâneos: Traquitana?Traquiquê???
Assim, só pela maneira com o soa, parece ser da família das carripanas e geringonças, estas inusitadamente célebres nos últimos anos. Remete para coisa mal-amanhada, pouco segura, periclitante, daquelas que nunca se sabe se chegarão ao destino, dada a insegurança que inspiram. Ou então algo caído em desuso. Ou, ainda, algo com pouco valor, uma bugiganga… Mas, deixemo-nos de suposições! Afinal o que é uma traquitana?
A palavra faz lembrar tudo aquilo que já se referiu, mas, de facto, a traquitana era um meio de transporte bastante comum até finais do século XIX, como aliás se pode imaginar pela quantidade de anúncios destinados à compra e venda destes veículos.
Eram pequenas carruagens para duas pessoas, com quatro rodas e um compartimento – hoje é mais moderno dizer-se habitáculo – onde se podia viajar incógnito, porque possuíam cortinas escuras, em couro.
Eram normalmente puxadas por um ou dois cavalos, constituindo, ao que se pode supor, o equivalente aos atuais automóveis citadinos: baratos, rápidos e que podem facilmente estacionar-se, devido à sua reduzida dimensão.
As traquitanas seriam, portanto, indispensáveis a indivíduos independentes, com muitos afazeres e estatuto social suficiente para almejar tal luxo.
Fontes
Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/
PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/CCO/000004
Gazeta de Lisboa 1825
https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=hvd.hxj9vi
https://www.priberam.pt/dlpo/traquitana