(8) Instantâneos: quando o Sado galgava as margens
Em ano de seca extrema, custa imaginar que, noutros invernos, o Sado corresse com tamanha força que inundasse toda a lezíria, aumentando tanto de nível na preia-mar, que nem mesmo as ruas da então vila de Alcácer do Sal estavam a salvo das suas águas. As imagens são de diferentes dias e até anos, pela década de 40 do Século XX e mostram uma realidade de que alguns ainda se recordarão.
Do Cabo da Vila (a montante), ao Cabo de São Pedro (a jusante), as ruas da zona baixa desta localidade alentejana apresentavam um espetáculo ímpar, onde a água imperava, para gaudio da criançada, que aqui se vê a chapinhar numa área muito próxima da praça Pedro Nunes.
Os mais velhos, por brincadeira ou necessidade, fazem passar um saveiro em plena rua “Direita”, na época, a mais movimentada e comercial artéria de Alcácer do Sal, sob o olhar curioso das senhoras, reféns dos pisos superiores das habitações.
O cenário de cheia continua na avenida dos Aviadores, área mais recente, onde então se erguiam os primeiros edifícios, com destaque para o velhinho e já desocupado quartel dos Bombeiros Voluntários de Alcácer do Sal, ali erigido em 1939, ou as antigas vivendas e casas dos magistrados, hoje desaparecidas.
Fontes:
Arquivo Histórico Municipal de Alcácer do Sal
PT/AHMALCS/CMALCS/FOTOGRAFIAS/01/05/009
PT/AHMALCS/CMALCS/BFS/01/01/05/008
PT/AHMALCS/CMALCS/BFS/01/01/05/009