Ainda…Carlos Cohen
A cara do primeiro figurinista português
Cabelo armado, frisado, ligeiramente comprido; bigodes longos e recurvados numa posição pouco natural, barbicha sobre o queixo, longa e aparada. Porte elegante, “vestindo sempre com máxima distinção”. Assim era Carlos Cohen, o primeiro figurinista português, o mais requisitado alfayate costumier de Lisboa, o homem que, “a par de um raro gosto harmónico nas cores e de uma justeza de linhas inteiramente artística”, introduziu na sua arte a “ciência dos estilos históricos e das épocas, que antes dele quase se desconhecia em guarda-roupas de teatro português”.
Já aqui falei de Carlos Cohen, do rigor, fruto de muito estudo, que imprimiu à profissão de costumier, transformando-a para sempre em Portugal.
Mas, só agora conheci a sua cara, que partilho aqui.
Custa imaginá-lo arruinado e andrajoso, como acabaria por morrer, por nunca mais recuperar do incêndio que lhe destruiu o vasto e riquíssimo guarda-roupa, o atelier e todo o edifício de quatro pisos entre as ruas dos Correeiros e da Betesga.
Foi em 1886. No terrível sinistro pereceram cinco pessoas. Carlos Cohen não tombou, mas ficaria ferido de morte.
Aqui, pode conhecer toda a história deste artista, ainda hoje com obras em destaque nos museus do Traje e do Teatro.
Fontes
Carteira do Artista, de Sousa Bastos
https://archive.org/stream/carteiradoartist00sousuoft/carteiradoartist00sousuoft_djvu.txt