Instantâneos (30): o último rei, como Portugal nunca o viu
Descontraído, sorridente, brincalhão até. Estas são imagens de D. Manuel II, no exílio inglês que durou até à sua morte prematura. O curioso aqui é que o jovem rei deposto aparece com uma alegria aparente que não lhe era comum.
Mostra uma nova faceta de si próprio. Mais informal, na praia, banhando-se na companhia de amigos – o visconde de Asseca é presença assídua – passeando, fumando,... despreocupadamente, ao que parece.
Aquele que ficou para a história com “o desventurado”, era habitualmente conhecido pelo semblante triste e um olhar nostálgico que raramente desapareciam, pelo menos a partir do momento em que as atenções se centraram em si, filho mais novo de D. Carlos e de D. Amélia de Orleães, rei por acaso.
Era como se carregasse o peso da tragédia nos seus ombros, a somar ao dificílimo papel que estava destinado a qualquer monarca que assumisse Portugal em época tão conturbada.
Mas, em Fulwell Park, nos arredores de Londres, onde viveu a partir de 1910, e goradas que foram as tentativas de lhe devolver o trono, D. Manuel parece ter ganho uma leveza que se lhe desconhecia, quiçá resignado ao papel de último monarca reinante de Portugal.
Continuou a trabalhar pelo seu país, como estudioso da nossa bibliografia antiga e diplomata, mas liberto enfim de tão grande fardo que lhe havia sido imposto após a morte do pai e do irmão.
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Já antes falei aqui sobre D. Manuel II e o seu último dia de reinado.
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Fontes
http://ensina.rtp.pt/artigo/era-uma-vez-manuel/
Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/
PT/AMLSB/BEK/001/000154
PT/AMLSB/BEK/001/000135
PT/AMLSB/BEK/001/000186
PT/AMLSB/BEK/001/000134
PT/AMLSB/BEK/001/000153