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O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

Instantâneos (93): a "mãe" de todas as misses

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Mais de três décadas antes do primeiro concurso de Miss Portugal, Margarida Bastos Ferreira foi a primeira mulher a representar o nosso País numa competição internacional de beleza, certame que então dava os primeiros passos em Galveston (Texas), nos Estados Unidos da América. Por cá, foi aclamada como uma verdadeira rainha, com direito a aglomerações à porta da casa onde vivia com a irmã, na Amadora, e uma ampla cobertura da imprensa, que seguia todos os seus passos, elogiando-lhe a simpatia e a formosura.

O convite partiu do comité norte-americano e coube ao Diário de Notícias organizar tudo num tempo recorde. Corria 1927 e aquela rapariga de 20 anos, com cabelos negros e olhos grandes, identificada como símbolo do “verdadeiro tipo português”, destacou-se entre as 23 concorrentes portuguesas oficiais e mais umas quantas que apareceram de improviso na selecção, que decorreu na Câmara Municipal de Lisboa.

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missi portugal, miss luxamburgo, miss italia e mis

Estas novas mulheres dos anos 20 mostravam-se mais emancipadas, modernas e livres: cabelo curto, roupas masculinas, cigarro na boca e presença autónoma nos espaços públicos.

Tudo isso é muito bonito, mas no fundo pouco tinha mudado, pelo menos para Margarida Bastos Ferreira, moça recatada, de família.

Apesar da sua participação em festas e espectáculos, a irmã, que seria sua chaperon na deslocação ao estrangeiro, resumia o interesse do concurso à possibilidade de “converter a celebridade em dólares”, que seriam o mealheiro para quando a beldade casasse. E, tal passo, garantia a própria miss, só seria capaz de dar com um português.

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Viajou para Vigo e depois para o Havre, onde se encontrou com as outras representantes da beleza europeia, as misses de França, Itália, Espanha e Luxemburgo, que com ela embarcaram para “as Américas”.  

 

Participaram apenas oito forasteiras neste que foi o primeiro concurso Miss Universo com características internacionais, mas ganhou uma miss da “casa”, a norte-americana Dorothy Britton (na imagem, a "nossa" é a primeira a contar da direita, na fotografia inferior).

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O primeiro concurso de Miss Portugal só se realizaria em 1959. Tratou-se de uma organização da RTP, que elegeu Maria Teresa Mota Cardoso como a mais bela.

Fontes

Hemeroteca Digital de Lisboa

Hemeroteca Digital (cm-lisboa.pt)

Domingo Illustrado

Ano III, nº116 – 03 abr 1927

Ano III, nº117 – 10 abr 1927

Ano III, nº118 – 17 abr 1927

Alma Nova

V Série, nº 1 - jun 1927

Illustração Portugueza

2º ano, nº 32 – 16 abr 1927

 

Fundação Mário Soares

Fundação Mário Soares | Aeb | Arquivo (fmsoares.pt)

Diário de Lisboa

31 mar. 1927

01 abr. 1927

 

https://www.fernandomachado.blog.br/novo/miss-universo-de-1927/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Desfile_Internacional_de_Beleza

https://cpf.pt/as-mais-belas-entre-as-mais-formosas/

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/concurso-miss-portugal-1959/

 

 

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