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O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

Instantâneos: à espera do reizinho

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Cores claras, branco virginal, rendas e laços bem engomados, plumas nos chapéus das senhoras e luvas, apesar do calor. Só quem está imaculadamente vestido se pode apresentar na fila da frente. Os homens ficam na segunda linha. A autoridade não deixa que os indesejáveis se aproximem. Afinal, trata-se de receber o reizinho na Basílica da Estrela.

Alunas de colégios da Lapa aguardam D. Manuel II, para a festa do Sagrado Coração de Jesus, em julho de 1908. É preciso acarinhar o jovem. Ainda ninguém se esqueceu que apenas cinco meses antes perdeu o pai e o irmão num

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brutal assassinato a que assistiu e que, por pouco, não o vitimou também. Tem só 19 anos e não parece muito à vontade nas cerimónias públicas.

Não foi educado para suceder a seu pai no trono e isso deve pesar-lhe, intimidá-lo.

Aqui vive-se ainda alguma euforia, a aclamação foi muito recente e D. Manuel mal se inteirou da espinhosa tarefa que tem pela frente. Desconhece que o fardo será breve.

Dois anos depois, será deposto e rumará ao exílio.

 

Imagens

Arquivo Municipal de Lisboa

Joshua Benoliel

PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/001605

António Novais

PT/AMLSB/ANV/001122

2 comentários

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    CV 07.04.2020

    Pois, isso de quem tem legitimidade para ser rei é muito discutível. Alguns bastardos, como d. João I fizeram mais do que certos legítimos.
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