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O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

Pela imprensa (11): não é Olex, é Buckingham!

tintura da buckingam.JPG

 

 

Muito antes do portuguesíssimo Restaurador Olex andar nas bocas – e sobretudo nas cabeças – de toda a gente, a Tintura de Buckingham era uma das alternativas para a antiquíssima e incessante luta contra os sinais de envelhecimento. Em finais do século XIX, este produto era o preferido dos homens para cobrir os primeiros pelos brancos da barba e do bigode ou, simplesmente, num capricho habitualmente mais atribuído às mulheres, mudarem a cor das suas melenas, dando-lhes um tom mais vibrante e luminoso. Mas, com a Tintura de Buckingham, não se esperavam grandes ousadias, pois só existia num discreto castanho ou num austero preto. O resultado, garantia-se, era sempre perfeito e “nunca nocivo à saúde”.
Este prodígio da pintura de pilosidades foi criado pela empresa Reuben P. Hall & Company, de Nashua, New Hampshire, Estados Unidos da America, também conhecida pelo seu restaurador de cabelo Siciliano, supostamente de origem vegetal e com receita fornecida por um misterioso marinheiro italiano. Ambos os produtos ainda se vendiam pelo menos até início dos anos 40 do século XX, mas já pertencentes à marca Ayer, que adquiriu as patentes e ainda hoje existe.
No nosso país, vendia-se nas principais lojas e perfumarias.

BUCKING_CL.jpgDesconheço qual a ligação da famosa tintura ao palácio com o mesmo nome, morada oficial da rainha de Inglaterra, mas, por ironia do destino, o representante em Portugal era a firma James Cassels & Cª, de origem britânica.
Tinha sede no Porto e foi fundada pelo pai de Diogo Cassels, que assumiria a empresa por morte do progenitor. Diogo Cassels, filho de ingleses mas já nascido em Massarelos, no entanto, ficou para a história mais como professor e pedagogo.
Fundou e dirigiu escolas, tendo dedicado a sua vida à instrução das camadas mais desfavorecidas da sociedade portuense, como forma de as retirar da pobreza, dando-lhes ferramentas para melhorarem as suas vidas. Tem uma rua com o seu nome e um busto no jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia.

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Fontes
Hemeroteca Digital de Lisboa

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/

Diário Illustrado
19º ano, nº 6:321 – 6 nov. 1890

 

http://www.hairraisingstories.com/Proprietors/HALL.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Diogo_Cassels