Pela imprensa (14): dinheiro, empresta-se!
Precisa de dinheiro? A pergunta é a mesma hoje ou há cem anos. É eterna a necessidade de ter mais do que o salário mensal nos oferece, mais do que a herança nos trouxe ou os nossos investimentos nos rendem. De sempre, mas não eternas, já se vê, são as entidades que emprestam dinheiro, sejam casas de penhores, agiotas ou instituições de crédito legais e respeitadas. Os métodos, o juro ou mais-valias para quem empresta é que variam.
Hoje pedem-se, nomeadamente, casas ou rendimentos fixos como caução, mas estes anúncios do jornal A Capital, de 1925, apregoavam empréstimos de dinheiro sobre qualquer bem, sobre “tudo” o que pudesse “oferecer garantia”, fosse qual fosse a importância em causa, assegurava “A Comercial”, estabelecida na travessa da Trindade e que declarava um juro a partir de 4 por cento. Nada mais simples.
Tudo dependia da avaliação, que se afiançava ser “boa”, dos bens e do montante pretendido.
Assim, pode ler-se, emprestava-se sobre “ouro, prata, joias e brilhantes”, obviamente, mas também sobre “roupas brancas e de cor, calçado, fazendas em peça, louças, quadros, fatos, sobretudos, impermeáveis, máquinas de escrever e de costura, pianos, etc., etc”. “A Fenix”, situada junto ao elevador do Lavra, abria assim ao máximo o leque de ofertas, garantindo-se juro módico, “muito segredo e seriedade”.
Já José Mayer, com escritório na rua do Loreto, é menos “mãos largas”. Aceita os tradicionais metais preciosos e antiguidades, referindo ainda “outros objetos”, sem especificar, mantendo, é certo, o “máximo sigilo e reserva”.
Agora, é só escolher!
Fontes:
Hemeroteca Digital de Lisboa
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/
Jornal A Capital