Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

O sal da história

Crónicas da história. Aventuras, curiosidades, insólitos, ligações improváveis... Heróis, vilões, vítimas e cidadãos comuns, aqui transformados em protagonistas de outros tempos.

Pela imprensa (30): unic[as] e irrepetíveis fitas

fita unic.PNG

Há aquelas invenções que, pela sua simplicidade e alardeada eficácia, parecem geniais. À distância, tendo em conta que não prevaleceram no tempo, talvez não fossem tão brilhantes como à partida se poderia pensar. Assim se passou com as extraordinárias fitas “Unic”, a salvação de qualquer cavalheiro orgulhoso do seu aprumo e elegância.

DIARIO DE LISBOA 3 ABRIL 1925.PNG

Em 1925, os jornais mostravam anúncios que davam conta desta maravilhosa criação de origem britânica. De facto, quem mais poderia ter dado ao mundo uma fita cuja função é manter as calças masculinas sempre impecavelmente vincadas e engomadas, senão os súbditos de sua majestade Jorge V, alegadamente sempre tão esticadinhos e impecáveis nas suas indumentárias?

Precisamente! As fitas “Unic”, provavelmente aparentadas com a entretela, mantinham-se coladas ao tecido, garantindo um vinco eterno e a ausência de joelheiras, para além de serem resistentes à água.

Eram, afiançava-se, a diferença entre um ar de pobreza e abandono e o aspeto distinto e elegante a que qualquer gentleman aspira. Com tantas vantagens, também se poupava dinheiro e trabalho, já que a aplicação destas fitas prevenia que fosse novamente necessário passar a ferro.

maison blanche.jpg

Tudo isto por apenas 7 escudos, à disposição na Maison Blanche, no Rossio - 16 (na imagem), ali, a dois passos do Café Nicola, que em 1925 não existia, uma vez que o “antigo” havia encerrado em 1834 e o atual só abriria as portas quatro anos depois deste esplendido anúncio ser publicado.

Este ano, por outro lado, foi de mudança naquela emblemática praça lisboeta, com a replantação de árvores, indo ao encontro da vontade popular à qual muito tinha desagradado a desarborização anterior, levada a cabo pelo município.

 

Fontes

Fundação Mário Soares, Casa Comum, em linha

http://casacomum.org/cc/diario_de_lisboa/

Diário de Lisboa, 03/04/1925

https://arquivomunicipal3.cm-lisboa.pt/X-arqWEB/

https://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/11/cafe-nicola.html

Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa

Joshua Benoliel, Estabelecimento Maison Blanch ornamentada para o IV Congresso Internacional de Turismo, em 1911, PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/000425

7 comentários

Comentar post